Competição sem competência?
A evolução, em todas as suas dimensões e aspectos, tem nos estimulado, positivamente, a adotar posturas e comportamentos cada vez mais críticos em relação às coisas do dia-a-dia, sejam no trabalho ou na vida social, visando, naturalmente, acompanharmos as mudanças, mas, principalmente, vencermos os desafios dela decorrentes.
Neste sentido, a globalização está fazendo a sua parte, ou seja, “estreitando a passagem” dos recursos humanos em direção ao mercado de trabalho, adotando critérios para os quais a grande massa de trabalhadores, lamentavelmente, não está, por falta de conhecimento técnico e humano, preparada para cumprir ou atender.
Esta situação, sem dúvida, nos faz voltar a atenção para a parcela de profissionais que ficarão “disponíveis” (ao invés de “desempregados”) à espera de uma organização que lhes convide a ocupar uma posição para a qual, provavelmente, por carências pessoais e profissionais, não terão poder de barganha ou persuasão para negociar as condições de trabalho ou até mesmo o próprio salário, que lhes será impingido sob a forma de “é pegar ou largar”.
Por outro lado, ironicamente, essas mesmas organizações terão, pelo menos por uma questão de sobrevivência, de buscar e atuar com profissionais que lhes viabilizem criar plenas condições de evoluir nos negócios, a ponto de fazer frente aos desafios da competição que, inquestionavelmente, incita essas organizações a reagirem com contundência, velocidade e em um nível de qualidade que suplante a do seu mais direto concorrente, seja ele nacional ou internacional.
Este desafio que as empresas já estão enfrentando pode ser vencido de maneira bem menos traumática e estressante se optarem por adotar um processo de gestão de recursos humanos com base em requisitos organizacionais que otimizam a performance da organização, também denominado “cultura da competência”.
O processo, formalmente intitulado “Gestão Estratégica do Capital Humano”, prevê a implementação de um sistema de gerenciamento de pessoas por competências, que nada mais são do que a somatória dos conhecimentos, habilidades e experiências que, quando colocadas à disposição da empresa, contribuem para o alcance de seus objetivos estratégicos.
São inúmeras as razões para a instalação da “cultura da competência”:
– Melhorar os indicadores de performance da empresa e de seus colaboradores;
– Aumentar a atratividade e a retenção dos talentos na empresa;
– Gerar um clima organizacional mais profissional, com relações mais transparentes e objetivas;
– Criar uma base sólida para as ações que envolvem promoções e sucessões;
– Instituir um processo mais justo e equilibrado de recompensa às melhores performances;
– Estabelecer uma cultura onde o gestor será também o gerente de RH de sua área;
– Melhorar a eficácia dos investimentos em Treinamento e Desenvolvimento.
A esta altura, só nos resta perguntar: há alguma empresa, de qualquer porte ou origem, que não tenha estas demandas?Ou melhor ainda:pode haver competição sem competência?